Schettino denuncia a "perseguição" que o põe "nervoso"

Muito irritado depois de abandonar os destroços do <i>Costa Concordia</i>, o comandante Francesco Schettino denunciou "a perseguição" mediática de que é alvo, quinta-feira em Giglio, dois anos depois do naufrágio que fez 32 mortos ao largo daquela ilha italiana.
Publicado a
Atualizado a

"Quem fala em abandono de navio não perceu nada, caramba!", enervou-se Schettino, pressionado pela multidão de jornalistas, depois de ter assistido a uma inspeção dos peritos judiciais durante três horas nos destroços do paquete.

De óculos de sol e blusão de cabedal, o comandante explicou ter voltado ao navio para "dar um contributo técnico de comandante aos peritos". "Dei indicações precisas que, penso, servirão às perícias e permitirão determinar diversas responsabilidades", afirmou, depois de uma inspeção ao gerador de emergência do navio que, segundo a defesa, não funcionou na noite do drama, bem como aos elevadores.

"Está a decorrer um processo. O navio é guardião de todos os seus pequenos segredos, é preciso perceber o que aconteceu de forma exata, honesta", acrescentou Schettino. O comandante pediu repetidamente aos jornalistas presentes no cais do porto da ilha de Giglio para "respeitarem as normes de civismo" e denunciou a "perseguição" de que tem sido alvo e que, disse, lhe provoca "algum nervosismo".

Francesco Schettino é acusado de múltiplos homicídios por negligência, abandono de navio e danos ambientais.

Para justificar o atraso em dar a ordem para abandonarem o navio, o comandante explicou ter receado lançar o pânico no navio que transportava mais de 4000 pessoas. "É preciso pôr-se no lugar das pessoas no momento em que aconteceu".

Na noite de 13 de janeiro de 2012, o Costa Concordia, que navegava muito perto da costa, embateu nos rochedos e naufragou a poucas dezenas de metros de Giglio.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt